Com 27 anos, a cantora fenômeno do sertanejo — que já vendeu 1,7 milhão de CDs — segue sozinha, sem tempo para arrumar um amor, mas parece estar doida para colocar um ponto final nessa história. “Sinto muita falta de namorar. Sempre fui muito companheira, sou carinhosa”, revela.
Prestes a entrar em mais uma turnê para lançar seu novo CD, ‘Meus Encantos’, Paula terá ainda menos tempo para arranjar alguém. Mas ela tem certeza de que essa agenda complicada não é um problema. “Se aparecer uma grande paixão na minha vida, é lógico que vou dar um jeito, né? Sou mulher. Mas para que serve o avião, gente? Essa coisa da saudade, criar a ansiedade de ver a pessoa, faz toda a diferença. Minha vida não tem rotina e é muito bom incluir uma pessoa que vá ter novas experiências, vivenciar as coisas comigo, viajar, ter um dia morrendo de saudades... isso é lindo, maravilhoso”, diz. “Sou bastante complexa, como toda mulher, cheia de encantos”, emenda.
Mas é difícil Paula encontrar alguém que a faça se sentir segura para dividir a cama e dormir de conchinha. “Não me apaixono fácil. É difícil, porque eu sou muito exigente, sabe? O homem tem que ter sensibilidade nos olhos”, ensina. “Isso não quer dizer que tem muito brucutu por aí, mas são muitas as pessoas que não alcançaram essa virtude. E para me conquistar tem que ser sensível em primeiro lugar”, completa a sertaneja.
Mesmo com tantas exigências, Paula sonha encontrar um amor e tem vontade de se casar e ter filhos. “Tudo na ordem natural das coisas. Não posso ser ansiosa, porque, assim, vou fazer a escolha errada. Para me casar, tenho que encontrar uma grande pessoa. Para eu ter um filho, preciso encontrar um pai. É um processo que deve acontecer ao longo da vida”, analisa.
Ficar sozinha não é algo que amedronte a cantora, que confessa seu temor apenas pelas drogas. “Jamais teria coragem de usar alguma coisa para desligar, como se diz? ‘Tóchico’ (brinca). Não gosto de nada que tire meus pés do chão. Uma coisa que cultivo e preservo é a lucidez. Tenho medo de perdê-la”, afirma.
OS PIOLHOS DA INFÂNCIA
Com uma carreira que começou aos 10 anos, hoje, a mineira de Sete Lagoas aproveita a experiência adquirida. Mas reconhece que tanto trabalho a fez perder uma parte da infância e sente falta desse período, até mesmo da infestação de piolho que teve aos 6 anos. “Me disseram que era bom tratar com Coca-Cola, mas nunca fiz isso”, ri. “Sinto falta da minha infância. Até os 7 anos, lembro de crescer na roça. O tempo não passava. Tenho saudade de quando ia buscar o cavalo no pasto e voltava montada nele no pelo, coisas de menina do interior”, relembra.
CINTURA DE DAR INVEJA
Considerada um grande nome da música sertaneja — ela é uma das que mais vendem discos no Brasil atualmente —, Paula diz não sentir pressão para manter as vendas em alta, mas sabe que seu corpo violão e sua cintura invejada chamam a atenção no trabalho de divulgação do CD. “Eu não fiz para vender. Não gosto de expor a barriga, mas achei a ideia bacana. E também acho que a sensualidade não está na roupa, nem a vulgaridade. Conheço gente que usa saia até o pé, tampando tudo e é vulgar. Eu gosto de mostrar a cintura. Sou neurótica com isso e, às vezes, uso corselet para afinar mais”, admite.
E essa mesma ousadia pode ser vista na hora de compor suas músicas. O novo álbum mantém o estilo balada e traz músicas como ‘Mineirinha Ferveu’, por exemplo. “Pega na minha cintura/ e aperta sem ter medo/ hoje eu quero te mostrar o que guardo em segredo”, diz a letra. “Essa é a música que encontra mais o lado mulher Paula Fernandes. É o de uma mineira do interior mais espevitada”, avisa.
Mas de onde vem tanta inspiração para compor e cantar canções safadinhas, como essa? “É um processo intuitivo. Geralmente eu raciocino. Mas, quanto mais eu raciocino, pior fica. Mas eu não sou doida. Pego meu gravadorzinho, o celular e gravo na hora”, explica.
